O Centro de Reprodução mexilhão-de-rio, localizado no Boticas Parque, Natureza e Biodiversidade (BNB), realizou ao longo dos meses de abril, maio e junho mais uma campanha de reprodução do mexilhão-de-rio (Margaritifera margaritifera), resultando agora na libertação de tendo culminado na libertação de 20 mil juvenis desta espécie em vários pontos do Rio Beça.
As espécies foram mantidas em cativeiro, num ambiente controlado, alimentadas artificialmente, com o objetivo de acompanhar o seu desenvolvimento, aumentando a probabilidade de sobrevivência da espécie. Assim, no total já foram libertados cerca de 40 mil indivíduos desde o início da atividade, contribuindo para a preservação da espécie na região e em Portugal, segundo a autarquia de Boticas.
O município explica que as campanhas anteriores e os trabalhos de criação em cativeiro realizados semanalmente, permitiram a obtenção de juvenis com 1 cm. “Este feito é um marco relevante, pois os juvenis desta espécie começam esta jornada com medidas microscópicas, ao atingir o tamanho de 1 cm, as reintroduções têm um impacto positivo considerável nas populações naturais, uma vez que estes juvenis têm já uma elevada probabilidade de sobrevivência e de virem a tornar-se eles próprios reprodutores. Para além disso, com esta dimensão permitem já a colocação de etiquetas essenciais para a monitorização do sucesso das reintroduções”, aponta a autarquia numa nota publicada.
As ações de preservação e reprodução de mexilhão-de-rio decorreram no âmbito das contrapartidas pela construção de três barragens na região do Alto Tâmega, através do Protocolo celebrado entre o Município de Boticas e a Iberdrola, empresa responsável pelo projeto do Sistema Eletroprodutor do Tâmega.
O mexilhão-de-rio, que é uma espécie protegida internacionalmente pela Convenção de Berna e pela Diretiva Habitats da Comissão Europeia, estando registada como espécie “Em Perigo” a nível global e como “Criticamente em Perigo” na Europa, pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Esta espécie, explica a autarquia, é também “um excelente indicador da qualidade ambiental”.