O possível fim ou reformulação do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) está a gerar preocupação crescente em todo o país, e em especial em concelhos como Montalegre, onde a gestão de áreas protegidas, como o Parque Nacional da Peneda-Gerês, tem impacto direto na vida das populações, na economia local e na preservação ambiental.
O ICNF tem tido um papel central na conservação da natureza, ordenamento florestal, fiscalização ambiental e promoção do desenvolvimento sustentável em territórios de baixa densidade como Montalegre. A incerteza em torno da continuidade do instituto, ou da sua fusão com outras entidades, está a levantar dúvidas quanto à eficácia futura da gestão destas áreas sensíveis.
Montalegre, que se orgulha de fazer parte da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés, depende em grande medida de políticas eficazes de conservação e valorização do património natural. A eventual extinção do ICNF suscita dúvidas sobre a continuidade de projetos de proteção de espécies, reflorestação, prevenção de incêndios e apoio à agricultura de montanha.
Alguns autarcas e agentes locais admitem apreensão com a falta de diálogo em torno deste processo. A Junta de Freguesia de Cabril, bem como associações de agricultores e guardas-florestais da região, têm vindo a alertar informalmente para a importância de manter estruturas locais com conhecimento do território.
A população barrosã teme que as decisões sejam centralizadas em Lisboa, com perdas para a autonomia regional e prejuízos para um modelo de desenvolvimento equilibrado entre conservação ambiental e aproveitamento sustentável dos recursos.
O Governo ainda não se pronunciou formalmente sobre a extinção do ICNF, mas o tema deverá marcar a agenda política nos próximos meses. Até lá, Montalegre e outras regiões de montanha aguardam com expectativa — e preocupação — os próximos passos.