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A escalada dos preços da habitação continua a ser uma preocupação central, ecoando tendências nacionais e sentida de forma particular nos 14 municípios do distrito de Vila Real. Uma das soluções mais evidentes para aliviar esta pressão inflacionária seria o aumento da oferta de novas construções, equilibrando a procura e estabilizando os valores do mercado imobiliário.
No entanto, a capacidade construtiva da região de Trás-os-Montes e Alto Douro, tal como em Portugal, não tem conseguido acompanhar o ritmo das necessidades habitacionais. Especialistas apontam que a lentidão na criação de novos lares deve-se a um conjunto de bloqueios estruturais que impedem o país de entregar o volume de casas que a população precisa.
Seja por complexidades burocráticas nos licenciamentos, escassez de mão-de-obra qualificada na construção civil, ou dificuldades no acesso ao financiamento e o elevado custo dos materiais, o resultado é o mesmo: a diferença entre o que é construído e o que é necessário agrava a crise e perpetua a subida dos preços em concelhos como Vila Real, Chaves ou Lamego.
A estagnação na construção afeta diretamente a atratividade e a fixação de jovens e famílias na região, um desafio crucial para o desenvolvimento de Trás-os-Montes e Alto Douro.
A comentadora, Helena Garrido, tem alertado para este problema, sublinhando que o país falha em construir o volume de que precisa devido a estes obstáculos, que afetam diretamente a capacidade de crescimento e fixação de população no interior:
Os Cinco Principais Bloqueios à Solução da Construção, segundo a análise de Helena Garrido são:
#Lentidão Burocrática e Licenciamento:
A complexidade e morosidade nos processos de licenciamento municipal (alvarás e aprovações) alongam os prazos de construção, resultando em projetos parados durante anos nas câmaras.
#Escassez de Mão-de-Obra Qualificada:
A falta de trabalhadores especializados (pedreiros, carpinteiros e técnicos) na construção civil dificulta o cumprimento de prazos e a expansão das empresas na região, um desafio agravado pelo envelhecimento populacional.
#Elevado Custo dos Materiais e Financiamento: O aumento do preço dos materiais de construção e as taxas de juro elevadas no acesso ao crédito para promotores tornam a habitação mais cara, inviabilizando projetos de custos controlados.
#Carga Fiscal sobre o Investimento:
A elevada tributação (incluindo IVA, impostos e taxas locais) sobre a atividade e a reabilitação desincentiva o investimento privado e a criação de novas construções na região.
#Instabilidade e Mudanças na Regulação:
As constantes alterações nos enquadramentos legais e regulamentares geram incerteza jurídica para quem investe a longo prazo, levando à paralisação ou adiamento de novos empreendimentos.
