No Dia Mundial da Tuberculose, levantamento aponta que a região norte de Portugal está entre as que registram os maiores casos da doença. Lisboa e Vale do Tejo seguem a mesma tendência. Os dados são do Relatório de Vigilância e Monitorização da Tuberculose em Portugal, publicado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), através do Programa Nacional para a Tuberculose (PNT). Mostra ainda que A taxa de notificação de Tuberculose em Portugal manteve-se estável em 2023, registando 14,9 casos por 100 mil habitantes, valor idêntico ao observado em 2022. E que apesar da manutenção de casos, o ritmo de decréscimo registado nos últimos cinco anos (2019-2023) desacelerou.
No retrato constante do Relatório, a incidência nos homens é superior à verificada em mulheres (68,3% do total de casos notificados em 2023), especialmente na idade adulta. No ano de 2023, 2,8% do total de casos ocorreram em crianças e adolescentes com idade inferior a 15 anos.
O número de dias até ao diagnóstico manteve-se elevado em 2023 (81 dias), embora com redução em relação aos valores de 2022 (82 dias) e 2021 (86 dias). A DGS lembra que este atraso pode, potencialmente, comprometer o diagnóstico individual do doente, traduzindo-se na manutenção da transmissibilidade da doença perante cada novo caso.
O relatório identifica, ainda, um aumento nos casos de tuberculose multirresistente, com maior concentração na região de Lisboa e Vale do Tejo.
A DGS, através do PNT, assume como estratégias e prioridades reduzir a incidência da tuberculose e o tempo até ao diagnóstico, mantendo-o gratuito, assim como o tratamento. A intensificação da literacia sobre tuberculose entre a população e profissionais de saúde, e o fortalecimento das parcerias com organizações da sociedade civil e estruturas comunitárias, são outras das estratégias definidas.
Incluem-se ainda como prioridades: implementar estratégias preventivas, com ênfase no rastreio e tratamento da tuberculose latente; facilitar o acesso aos cuidados de saúde em tuberculose, especialmente para os que estão em situação de maior vulnerabilidade; e manter uma abordagem integrada e coordenada, com foco na inovação e investigação
A prestação de cuidados centrados no doente, na facilitação do rastreio, no incentivo ao tratamento preventivo, e no trabalho intersectorial, constituem medidas fundamentais, alinhadas com as metas da OMS, com o propósito de reduzir em 90% os casos de tuberculose até 2035.
