Assada numa forma de barro de Bisalhães, a massa quebrada e semifolhada envolve o fumeiro de caluga e a vitela maronesa, juntamente com a gordura característica produtos considerados de maior qualidade da região e que dão a “exclusividade” ao ícone gastronómico. Associado às “mãos sábias das covilheteiras” e à “água pura do Alvão e do Marão”, este produto não pode ser republicado, garante o professor Hilário Oliveira, presidente da Confraria do Covilhete.
Com a missão de promover a defesa, valorização, promoção e divulgação do covilhete e de outros produtos gastronómicos de Vila Real, a Confraria foi criada há 10 anos, e orgulha-se de dizer que desde a sua criação as vendas do salgado quadruplicaram. Atualmente são 15 os produtores associados à confraria, que fornecem o salgado a várias superfícies comerciais, sempre com a Indicação Geográfica Protegida (IGP), o que garante que a produção segue fiel à tradicional, sem grandes alterações.
O covilhete afirma-se como “símbolo máximo de Vila Real”, reforça o presidente da Confraria. Uma tradição que começou nas feiras de Santo António e de Almodena, apenas acessível às classes mais altas, devido ao preço da vitela, está hoje espalhado por toda a cidade. Consumido em todos os momentos do dia, acompanhado “com tudo, a toda a hora”, brinca o professor Hilário, conquistou concurso nacional como uma das Sete Maravilhas de Portugal à Mesa.
E para provar esta iguaria deixou de ser necessário sair de casa. Pré-congelado, tornou-se possível ter o salgado em casa, quase pronto a comer, mas também comercializá-lo no “mercado da saudade”, explica o Professor Hilário, o que permite que os emigrantes continuem ligados aos costumes e tradições da terra.