A Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA) de Vila Real existe há 10 anos e apoia os núcleos de Mirandela, Chaves e Bragança. Criada com o intuito de apoiar pessoas com espetro autista e os respetivos progenitores, a associação ganha agora um terreno para a construção da sede própria, cedido pela Câmara Municipal por 30 anos.
Presidida por Mário Rodrigues, a APPDA, é, de momento, um apoio apenas para os pais que juntos partilham experiências, acompanhados por duas técnicas que fomentam a formação e orientação na difícil tarefa de lidar diariamente com o autismo. Apesar da existência de outras associações que juntam e dão apoio à várias pessoas com deficiências, o presidente reconhece a necessidade da criação de um espaço que se foque apenas no espetro autista, pois reconhece que os “autistas não querem estar em conjunto com outras pessoas”, devido às suas dificuldades de interação e comunicação social.
O projeto encontra-se à espera de aprovação. Com uma base de fundos avaliada em 1.5 milhões de euros, os 7 mil metros quadrados localizados em Lordelo visam proporcionar “todas as valências”, de acordo com Mário Rodrigues, para apoiar pessoas com perturbação do espetro autista (PDEA). A estrutura conta com três pavilhões principais, com paredes exteriores maioritariamente compostas por vidro, permitindo a visão do exterior, no qual se irão encontrar as hortas biológicas, o jardim sensorial e a zona de atividades, espaços que tem por objetivo fomentar o desenvolvimento das pessoas de espetro autista.
Neste mês que celebra a consciencialização do autismo, Mário Rodrigues assume uma sociedade ainda “retrograda” em relação ao assunto, daí a necessidade presente de que sejam reconhecidas as “capacidades, necessidades e diferenças” desta condição. O presidente da associação reforça a importância do diagnóstico precoce e a falta de recursos nas escolas “pois nem todas estão dotadas de professores do ensino especial e auxiliares”.
A Câmara Municipal de Vila Real e o Nosso Shopping de Vila Real junta-se aos festejos iluminando os edifícios de azul, cor que representa o autismo, uma vez que é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino, de acordo com a Associação de Apoio e Inclusão ao Autista (AIA). Para Além desta iniciativa decorrerá ainda uma sessão de cinema “azul adaptada”, no cinema NOS do Nosso Shopping, gratuita e com uma sala adaptada para o público-alvo.
